Brasília, 11 de Novembro de 2025 — A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta terça-feira ao julgamento dos dez réus que integram o Núcleo 3 da trama golpista. O grupo é majoritariamente composto por militares do Exército, conhecidos como "kids-pretos" (forças especiais), e um policial federal, acusados de planejar ações táticas, incluindo ataques contra altas autoridades.

O Plano de Ataque e os Acusados

Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), os réus estariam envolvidos no chamado “plano Punhal Verde e Amarelo”, que visava monitorar e planejar ataques contra o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Vice-Presidente Geraldo Alckmin e o Ministro do STF, Alexandre de Moraes. O objetivo seria garantir a permanência de Jair Bolsonaro no poder.

O grupo é composto por nove militares do Exército (incluindo um general da reserva e vários coronéis e tenentes-coronéis) e um agente da Polícia Federal, Wladimir Matos Soares, acusado de repassar informações sensíveis sobre a segurança do então presidente eleito.

Os 10 Réus do Núcleo 3:

As Acusações e a Controvérsia da PGR

Os réus respondem por uma série de crimes graves, incluindo Organização Criminosa Armada, Tentativa de Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado, Dano Qualificado e Deterioração de Patrimônio Tombado.

A PGR, no entanto, pediu a desclassificação dos crimes imputados ao tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior para incitação das Forças Armadas contra os poderes constitucionais. Essa medida pode abrir a possibilidade de o militar assinar um acordo de não persecução penal, o que o livraria de uma condenação.

Até o momento, 15 réus já foram condenados em outros núcleos da mesma trama, incluindo o Núcleo 1 (liderado por Bolsonaro) e o Núcleo 4. O julgamento deste Núcleo 3 é um dos mais aguardados pela gravidade das ações táticas que teriam sido planejadas.