A redução drástica no financiamento humanitário, com destaque para a decisão de desmantelar a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), é uma crise que vai muito além dos refugiados no inverno.

O Efeito Devastador, Segundo a Ciência:

Um estudo publicado na prestigiada revista científica The Lancet estima que, se os cortes atuais de financiamento forem mantidos até 2030, eles podem resultar em mais de 14 milhões de mortes adicionais que seriam evitáveis.

• Vítimas Infantis: Quase um terço dessas mortes — mais de 4,5 milhões — ocorreriam em crianças com menos de 5 anos.

• A Escala do Choque: Os autores do estudo compararam o impacto dessas consequências, em escala, a uma "pandemia global ou a um grande conflito armado".

Áreas Cruciais Afetadas:

A suspensão abrupta de fundos compromete duas décadas de progresso global em saúde e assistência. Entre as áreas mais impactadas estão:

• Saúde Global: Cortes em programas vitais de combate ao HIV (como o PEPFAR), malária, tuberculose e desnutrição infantil.

• Segurança e Proteção: Mulheres e meninas refugiadas em extremo risco de estupro e outros abusos estão perdendo acesso a serviços que as mantinham seguras.

• Educação: Crianças estão sendo forçadas ao trabalho infantil ou casamento precoce devido à falta de professores e escolas.

O financiamento da USAID era responsável por evitar milhões de mortes anualmente. A retirada desses recursos não afeta apenas os refugiados, mas tem um efeito cascata que reverte ganhos em saúde e desenvolvimento globalmente, com o maior impacto sentido nos países mais pobres, principalmente na África Subsaariana.