Na sexta-feira, 8 de agosto de 2025, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, emitiu um alerta contundente: o plano do governo israelense para assumir o controle militar da Cidade de Gaza e expandir suas operações na Faixa de Gaza representa um agravamento inaceitável da crise e deve ser interrompido imediatamente. A ampliação do conflito, segundo Türk, resultará em deslocamentos massivos, mortes, sofrimento extremo, destruição desenfreada e possíveis crimes de atrocidade. Esta ação vai em clara contrariedade à decisão da Corte Internacional de Justiça, que exige o término da ocupação, ao direito dos palestinos à autodeterminação e à viabilidade da solução de dois Estados.

O plano foi aprovado pelo gabinete político e de segurança israelense, com o objetivo expresso de controlar Gaza City — a maior área urbana da Faixa de Gaza, habitada atualmente por cerca de 900 mil pessoas, muitas das quais já foram deslocadas previamente. A justificativa apresentada inclui a proposta de estabelecer, após o controle militar, um perímetro de segurança sob administração árabe, excluindo o Hamas.

A decisão gerou reação imediata em vários centros de poder. Na Alemanha, o governo suspendeu a exportação de armamentos que poderiam ser utilizados em Gaza. A União Europeia, Reino Unido, Turquia, China, Finlândia e outros também criticaram vigorosamente o plano. O premiê britânico, Keir Starmer, classificou a medida como “equivocada”, alertando que agravará o derramamento de sangue, e reforçou a urgência de um cessar-fogo, ajuda humanitária e libertação dos reféns.

Internamente, surgiram vozes contrárias ao plano dentro de Israel. O chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa (IDF), Eyal Zamir, alertou que a operação representa um grave risco, inclusive à segurança dos reféns ainda em poder do Hamas. Também famílias de reféns denunciaram que o plano equivale a uma sentença de morte para seus entes, reforçando o dilema humanitário que se avoluma.

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