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Pesquisa da UFRJ permite paciente com lesão medular grave recuperar movimentos

  • Categoria: NACIONAL
  • Publicação: 10/09/2025 08:41
  • Autor: redação

Um paciente de 23 anos que sofreu uma lesão medular com risco de tetraplegia recuperou totalmente os movimentos após participar de um estudo clínico conduzido pela UFRJ. A reversão do quadro foi possível graças à aplicação da polilaminina, tecnologia desenvolvida ao longo de mais de 20 anos pela bióloga Tatiana Sampaio, responsável pelo Laboratório de Biologia da Matriz Extracelular do Instituto de Ciências Biomédicas da universidade.

A descoberta despertou o interesse da farmacêutica Cristália, que fechou um contrato de R$ 3 milhões com a instituição e assumiu os custos da continuidade das pesquisas, agora voltadas para lesões crônicas e para o desenvolvimento do medicamento. A expectativa da equipe é que o tratamento esteja disponível à população em até dois anos, dependendo da aprovação da Anvisa.

O projeto tem como diferencial a simplicidade e o baixo custo em comparação ao uso de células-tronco. A polilaminina foi sintetizada a partir da laminina, proteína natural do organismo que auxilia na regeneração do sistema nervoso. No laboratório, os cientistas criaram uma forma acessível de repolimerizar a proteína, tornando-a eficaz para tratamento de lesões.

Com apoio da Faperj, os primeiros testes foram feitos nos anos 2000, em pacientes recém-lesionados atendidos em hospitais do Rio e de Niterói. Segundo Tatiana, o sucesso do estudo piloto foi fundamental para atrair a parceria da indústria. A pesquisadora destaca que a técnica “apenas imita a natureza”, oferecendo uma alternativa mais segura e avançada em relação às células-tronco.