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Dia da Visibilidade Bissexual destaca luta contra estigmas e desafios no Brasil

Levantamentos do IBGE e estudos nacionais mostram avanços na representatividade, mas apontam que preconceito e impactos na saúde mental ainda são barreiras.
  • Categoria: Curiosidades
  • Publicação: 24/09/2025 09:25
  • Autor: redação
O Dia da Visibilidade Bissexual, celebrado em 23 de setembro, foi marcado neste ano por reflexões sobre os avanços no reconhecimento social e os obstáculos ainda enfrentados por quem se identifica como bissexual no Brasil. A data, criada em 1999 por ativistas norte-americanos, busca combater estigmas e dar maior representatividade a uma identidade frequentemente invisibilizada.

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada pelo IBGE em 2019, apontam que 0,7% da população adulta brasileira se declara bissexual. O levantamento também revela diferenças entre os gêneros: 0,8% das mulheres afirmaram ser bissexuais, contra 0,5% dos homens. A proporção é maior entre os mais jovens, na faixa de 18 a 29 anos.

Apesar de representar parcela significativa da comunidade LGBTQIA+, a bissexualidade ainda é alvo de preconceito e desinformação, muitas vezes reduzida a uma suposta “fase” ou “indecisão”. Esse cenário tem reflexos diretos na saúde mental. Estudo nacional realizado em 2020 identificou prevalência de depressão em 23,7% entre homossexuais e bissexuais. Pesquisas também indicam que homens bissexuais apresentam risco significativamente maior de relatar episódios de depressão quando comparados a heterossexuais.

Especialistas alertam que a falta de dados mais abrangentes sobre a população bissexual no Brasil decorre, em parte, da dificuldade de autodeclaração por medo de estigma. Essa invisibilidade contribui para a ausência de políticas públicas específicas de saúde e acolhimento.

Assim, o Dia da Visibilidade Bissexual reforça a importância de reconhecer a legitimidade dessa identidade, ampliar o debate sobre diversidade sexual e consolidar medidas efetivas de combate à discriminação, garantindo que respeito e inclusão avancem do discurso para a prática cotidiana.